ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS UM OLHAR SOBRE A ADOLESCÊNCIA.

 Parte 01



 ALICE E OS ADOLESCENTES


CAINDO NO BURACO DO COELHO


Em 1865, Lewis Carroll (Pseudômio de  Lutwidge Dodgson), escreve um conto sobre uma menina chamada Alice que cai em um buraco de coelho ao perseguir um coelho falante e muito apressado, e vai parar em um mundo louco, de fantasia e muitos personagens confusos.

Nascido em 1832 na cidade de Darsbury, Cheshire, na Inglaterra, tinha muita afinidade com crianças e foi inspirado nas filhas de seu amigo Henry Liddell que escreveu a história de Alice. Ele passava muito tempo com o amigo e suas filhas, Lorina, Edith e Alice, assim, jogava críquete, brincava com marionetes, e criava histórias para as meninas. Este universo Infantil, tão diferente dos adultos era inspiração para suas histórias, usando do artifício onírico, ele narra as dificuldades e anseios de Alice neste mundo completamente novo e diferente.

Olhando para a história de Alice na perspectiva da adolescência com base na psicanálise, podemos observar através de suas indagações e falas as angustias próprias da idade. Assim como vários personagens e situações que mostram, se analisadas neste enfoque, as relações do adolescente com o mundo novo, doido e cheio de manias a que ele, de repente, cai.


Logo no começo da história Alice, sentada ao lado sua irmã que estava lendo um livro, começa a se indagar sobre para que serviria um livro, sem figuras ou diálogos e na lentidão daquele dia, ao pensar se levantava para colher margaridas ou não, ela vê um coelho que passa por ela e diz “Ai meu Deus! Ai meu Deus! Estou muito atrasado!.

Ela não estranha um coelho falante, mas a hora que ele tira o relógio do bolso do colete e olha as horas, ela fica muito intrigada e curiosa pois nunca havia visto um coelho de colete, muito menos um de relógio. Assim ela vai atrás do coelho.

Neste ponto podemos ver que Alice esta inserida no mundo infantil pois livros sem figuras lhe é entediante e o fato do coelho falar nem lhe chama a atenção, talvez porque na fantasia infantil animais que falam podem ser muito comum. Mas vai atrás do coelho por se interessar em sua roupa e relógio, e que criança não se intriga com as roupas de adultos e seu jeito sempre corrido.

Assim Alice cai no buraco do coelho, caindo na vida de adulto.

Mas se você pensa que esta caída é rápida, esta muito enganado, ela é longa e parece que nunca acaba, deu tempo para a Alice pensar e fazer um monte de coisa, tempo de pensar em quem ela encontraria, como seria, e sobretudo o que iriam pensar dela!


“...mas eu vou ter que perguntar qual o nome do país, é claro. Por favor minha senhora, aqui é a Nova Zelândia ou é a Austrália”... “E que menina ignorante ela vai pensar que eu sou, por perguntar isso! Não, melhor não perguntar nada: quem sabe eu veja escrito em algum lugar.”


Fica claro que as indagações de Alice mostram a preocupação em ser aceita por quem estiver do outro lado. Quando se é criança você esta seguro em seu mundo e sabe como ser aceito mas quando se torna adolescente e precisa começar a descer pelo buraco do coelho não tem ideia nenhuma como será o futuro, até porque que criança pensa no futuro? A criança vive o presente, intensamente, o futuro é para os adultos por certo, a preocupação com atrasos fica para a vida adulta.

As crianças que estão na fase do início da adolescência se sentem fascinadas pelo mundo do adulto, não vêem a hora de poder crescer para fazer coisa de adulto mas se sentem extremamente ansiosas com medo da aceitação, com medo de serem excluidas e de não pertencerem ao grupo. Há também o luto pela perda da infância que será sentido e que precisará ser formulado em seu ego.

Nesta fase estão absolutamente inseguros.

Na próxima parte falarei um pouco sobre a chegada ao país das maravilhas.

Até lá 😘🤸

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